A construção procurou implantar-se na cota mais estável do terreno que acontece a um nível mais alto, com acesso pelo arruamento que contorna o terreno, por entre afloramentos rochosos, nas zonas de declive mais acentuado. Procurou-se um claro respeito pela topografia excecional do terreno, bem como pela envolvente natural, criando uma habitação de um piso, quase impercetível ao nível do arruamento e uma cave semienterrada, que da cota do arruamento nem se consegue visualizar.
A construção insere-se num aglomerado de habitações isoladas, normalmente com 1 ou 2 pisos, sem qualquer tipo de relação de alinhamentos, morfologia ou linguagem arquitetónica, para além da percetível data das construções em décadas e épocas diferentes.
A proposta apresenta uma moradia num volume paralelepipédico com uma cave semienterrada com área técnica. Assim, a construção assume uma aparência de apenas moradia térrea, com uma linguagem formal depurada, tirando partido de uma cota de terreno estável e da relação com o meio ambiente envolvente, especialmente dos afloramentos rochosos e da topografia muito específica. O terreno encontra-se naturalmente vedado pela sua topografia e pelos elementos que o caracterizam. A norte e poente existem um proeminente afloramento rochoso e a sul a vedação do vizinho. A nascente o declive muito acentuado, pontuado com rochas, acaba por delimitar o terreno, cuja entrada se faz mais a sudeste pelo arruamento. Apenas nesta zona se considera a vedação com muro, que se dissolve na subida do terreno, e com portões de acesso automóvel e acesso pedonal, com zona de contadores, correio e videoporteiro.
A tirar partido destas caraterísticas morfológicas excecionais, a casa procura as melhores vistas, a melhor exposição solar, com uma piscina que se quer infinita sob o precipício da encosta.